quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Concerto de Paulo Colaço


Mais uma tarde de "Tá o balh'armado", desta vez com a presença do músico Paulo Colaço que veio mostrar a sonoridade única da viola campaniça e que a música portuguesa gosta dela própria. 


Clube de jornalismo - Antes de mais boa tarde, gostámos muito do espetáculo realizado, foi muito divertido, tendo animado nesta parte final com a música do "Estrala a Bomba". Gostaríamos de saber onde vai buscar a inspiração para a sua música?

Paulo Colaço - A música é uma paixão. Eu nasci o Alentejo e conheci músia de todo o país e de todo o mundo, mas acho que o principal é valorizar e desenvolver o que é nosso, é esse o trabalho que estamos fazer a pouco e pouco e depois vocês virão continuar.

C.J - Como define o seu estilo de música?
P.C - É um género tradicional que procura a evolução, a tradição só faz sentido se nós recebermos e depois desenvolvermos. Se recebemos um dom temos que o desenvolver. No fundo a música tradicional representa a evolução ao longo dos tempos, sem deixar que a mesma deixe de ser tradicional.

C.J - Esta música influencia a sua forma de ser e a dos que o ouvem?

P.C - Sempre que se houve uma música a mesma transmite-nos um estado de espírito e eu penso que a música e o canto alentejanos transmitem aquilo que é nosso, um estado de espírito calmo e tranquilo.

C.J - Que concertos e projetos estão previstos para um futuro breve?

P.C - Continuar com isto, desenvolver e divulgar o canto alentejano, seja ele em grupo, seja ele individualmente, o importante é que este processo nunca pare. Porque significa que ainda temos cultura alentejana e que está em desenvolvimento permanente. Não é só na tradição musical, os projetos que há neste momento são exatamente isso, continuar a desenvolver a música alentejana.

C.J - Gostava deixar alguma mensagem, aos alunos desta escola?

P.C - Sim, que não vejam a música tradicional como uma coisa antiga, mas sim como um ponto de partida que podem continuar se nós olharmos para uma estrada velha cheia de buracos, é uma maneira de ver a coisa, mas também podemos pensar, vou por ai porque a estrada está começada e eu depois já a posso arranjar. No fundo é essa a mensagem, peguem no canto alentejano como uma estrada já começada que vocês podem continuar.
Obrigado por ter aceite o nosso convite e esperamos que continue a vir cá à escola para colaborar connosco no nosso grupo para reavivar a cultura alentejana.


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