quarta-feira, 15 de maio de 2013

Entrevista a Sónia Tavares














Clube de Jornalismo: Como se formou a banda?




Sónia Tavares: Como é que se formou a banda? Em 1994, há 19 anos, éramos um grupo de amigos da mesma cidade e decidimo-nos juntar e fazer uma banda.

CJ: Que bandas foram uma influência para vocês? Como definem o vosso estilo musical?

ST: Nós, ao longo da nossa carreira, tivemos muitas influências ,mas uma coisa é ser influenciado e outra coisa é ser influenciável. Nós gostamos de muita coisa mas não quer dizer que diretamente elas vão parar às nossas canções, se calhar indiretamente. O nosso estilo acho que é um estilo único, acho que se ouvirem na rádio os primeiros 5 segundos de uma canção nossa identificam que são os “The Gift” e era essa a nossa ideia, era criar o nosso estilo, a nossa personalidade e acho que conseguimos.

CJ: Porque é que começaram a cantar em Inglês e só depois em Português?

ST: Sempre cantamos em Inglês em em Português. O nosso primeiro disco em 1998, que é o “Vinil” é todo em Inglês e tem uma canção em Português. Depois, o “ Fácil de entender” também tem uma canção em português, o “Primavera” um a canção em português, o “Explode” tem uma canção em português. Portanto, todos os nossos discos têm canções em português. Nós começámos a cantar em inglês por uma opção estética, achamos que era assim que ficava melhor e decidimos continuar. Mas, como somos portugueses, de vez em quando gostamos de escrever alguma coisa em português.

CJ: Como surgiu o novo álbum “Primavera”?

ST: O “Primavera” surgiu exatamente depois de fazermos uma digressão com o disco “Explode”. Este é um disco com muita cor, muito alegre, até fomos tirar fotografias à Índia, onde toda a gente manda pigmentos de cor uns aos outros. É sobretudo um disco com muita esperança, muito alegre, e depois da digressão que fizemos com esse disco achámos que faltava qualquer coisa, faltava o outro lado dos “The Gift” que é aquele lado mais calmo, o lado mais intimo, como diz o meu colega Nuno “O lado preto e branco” . E é assim que surge o “Primavera”, que é um disco sobretudo de piano e voz, mais introspetivo exatamente o oposto do “Explode”.

CJ: Que sonhos tinham antes de se tornarem músicos e porque é que optaram por seguir uma carreira musical?

ST: Nós não optamos por ser músicos, todos nós estudávamos, concluímos a faculdade e as coisas foram acontecendo e houve um momento na nossa vida em que os “The Gift” estavam a tocar em todos os festivais do país, a serem convidados para festivais internacionais, e percebemos que por aí podia ser o nosso caminho e era uma oportunidade para aproveitar e que podíamos sempre voltar às nossas carreiras paralela. Mas, se calhar , a oportunidade de ir com os “The Gift” para a frente era aquela e foi um bocadinho por aí, as coisas foram surgindo e o que começou como um hobbie acabou por ser a nossa profissão.

CJ: Como surgiu o projecto "Amália Hoje"?

ST: O projecto "Amália Hoje" surgiu com um convite ao meu colega Nuno dos "The Gift" pela parte de uma editora que tinha a ideia de, para a comemoração dos 10 anos da morte da Amália Rodrigues, fazer qualquer coisa de diferente com os fados que ela cantava. Então convidou o meu colega Nuno a dar uma roupagem nova a esses fados e o Nuno convidou me a mim para cantar, convidou o Fernando Ribeiro,dos "Moonspell" , e o Paulo Praça para fazerem parte deste projeto. E foi assim que surgiu, com a vontade de dar uma nova luz aos fados da Amália Rodrigues . Foi um projecto que já acabou, fomos muito felizes com ele, corremos o país todo, fomos à América, mas enfim, cada um seguiu com a sua banda.

CJ: Quais são as vossas expectativas para a hoje à noite (27 de Abril) ?

ST: Nós, não é a primeira nem a segunda vez que cá estamos. Cada vez que vimos à Ovibeja sabemos que vai ser uma noite em cheio, sabemos que vai haver muita gente que nos que ver e preparamos algumas surpresas, mas acarinhamos sempre esta vinda a Beja de uma forma diferente. Mas, sobretudo, vai ser um concerto muito divertido.

CJ: Que mensagem deixa aos nossos leitores?

ST: Uma mensagem de esperança: em tempos de crise escutem o "Explode" que pelo menos é colorido e alegre.

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